A morte nos faz cair em seu alçapão, / É uma mão que nos agarra / E nunca mais nos solta. / A morte para todos faz capa escura, / E faz da terra uma toalha; / Sem distinção ela nos serve, / Põe os segredos a descoberto, / A morte liberta o escravo, / A morte submete rei e papa / E paga a cada um seu salário, / E devolve ao pobre o que ele perde / E toma do rico o que ele abocanha.
(Hélinand de Froidmont. Os Versos da Morte. Poema do século XII. São Paulo : Ateliê Editorial / Editora Imaginário, 1996. 50, vv. 361-372)

domingo, 27 de março de 2011

Arqueólogos encontram tumba de príncipe celta na Alemanha

Arqueólogos retiraram o túmulo, que pertenceria a um príncipe celta, do local para estudá-lo. Foto: EFE. Imagem disponível em 27/03/2011 no site: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4863651-EI8147,00-Arqueologos+encontram+tumba+de+principe+celta+na+Alemanha.html#tphotos
Por Redação Terra. Publicado no Portal Terra - Notícias em 28 de dezembro de 2010 • 12h21.

Arqueólogos retiraram nesta terça-feira uma tumba celta de 80 t da cidade de Herbertingen, na Alemanha. Jóias e outros objetos foram encontrados.

Foram encontradas joias e outros objetos na tumba. Foto: EFE. Imagem disponível em 27/03/2011 no site:http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4863651-EI8147,00-Arqueologos+encontram+tumba+de+principe+celta+na+Alemanha.html#tphotos
Os pesquisadores acreditam que o túmulo pertencia a um príncipe celta. As informações são da agência EFE e do jornal Bild. Segundo a agência, foram necessárias duas gruas para retirar a tumba que deve seguir agora para um laboratório para ser analisada.


Tumba de 80 t é içada na cidade de Herbertingen, na Alemanha. Foto: EFE. Imagem disponível em 27/03/2011 no site: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4863651-EI8147,00-Arqueologos+encontram+tumba+de+principe+celta+na+Alemanha.html#tphotos



Encuentran tumba intacta de un príncipe celta del siglo VI a.C. en Alemania:


http://terraeantiqvae.com/profiles/blogs/encuentran-tumba-intacta-de-un

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sacro sepulcro

Algumas igrejas preservam, ainda hoje, quase dois séculos depois de proibirem o enterro em sua nave, as sepulturas dentro dos próprios templos. Participe deixando sua colaboração.


[Foto de Felipe Augusto de Bernardi Silveira de igreja em Ouro Preto] Imagem disponível em 18/03/2011 no site: http://revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3518


Por Ronaldo Pelli. Artigo publicado em 06/01/2011, na Seção "Observatório", do site oficial da Revista de História da Biblioteca Nacional [http://revistadehistoria.com.br/].



A disputa médio-higienista x parte do clero que gostaria de manter os enterros dentro das igrejas rendeu, ao menos, achados históricos. A discussão engrossou após a lei que proibia que o interior das igrejas brasileiras continuasse a ser usado como cemitério, no início do século XIX, como mostra o artigo de Felipe Augusto de Bernardi Silveira na RHBN n. 64, edição de janeiro de 2011. Mas algumas igrejas preservam, ainda hoje, quase dois séculos depois, as sepulturas dentro dos próprios templos.


Apesar de não se saber o número exato dessas construções religiosas que ainda continuam com tumbas em suas naves, é comum a lembrança de uma ou outra igreja com essa característica. Como acontece, por exemplo, com as chamadas cidades históricas de Minas. A Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em São João Del Rey, a Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes, ou a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto, são três das lembradas.


Outras cidades mais antigas, como o Rio, também têm igrejas nessas condições, como a Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, onde fica parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral. O arquiteto Renato Cymbalista, que já escreveu “Um roteiro pelos territórios da morte em São Paulo” (editado dentro da série “Dez roteiros históricos a pé em São Paulo”, editora Narrativa 1) e também “Cidades dos vivos: arquitetura e atitudes perante a morte nos cemitérios do estado de São Paulo” (editora Annablume), citou algumas paulistanas: “Lembro da igreja do pátio do colégio em São Paulo, que tem a cripta dos jesuítas, construída em meados do século XVIII; do túmulo de Fernão Dias Pais, no Mosteiro de São Bento em São Paulo; da Cripta (moderna) da Catedral da Sé em São Paulo, onde estão sepultados os bispos paulistas; dos jazigos do Mosteiro da Luz em São Paulo, onde recentemente foram encontrados dois corpos mumificados.”


Já a historiadora Vanessa de Castro Sial, que escreveu exatamente sobre a saída dos mortos dos templos, em “Das igrejas ao cemitério: Políticas públicas sobre a morte no Recife do século XIX” (Editora Secretaria de Cultura da Cidade do Recife), lembrou que a prática de colocar seus mortos dentro das igrejas continua, de maneira um pouco diferente. “A pessoa é enterrada em um dos cemitérios da cidade e após o prazo de exumação (que varia de 18 a 36 meses), os familiares compram ossuários nas igrejas para guardar os restos mortais. Geralmente esses ossuários estão localizados nas áreas laterais das igrejas, antigo local onde estavam as catacumbas.


Os ossuários são administrados por irmandades, confrarias ou pela paróquia. Constituem uma importante fonte de renda para as igrejas e agremiações religiosas.” Segundo Vanessa, todas as igrejas antigas de Recife possuem esses ossuários e, em 2001, quando ela fez a pesquisa, os preços desses depósitos ficavam entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil, mais taxas anuais de R$ 50 a R$ 150. “Santa Rita de Cássia possuía 730 ossuários; São José do Ribamar, 930 ossuários; Santíssimo Sacramento de Santo Antonio, 354 ossuários; Igreja de Nossa Senhora do Carmo, 650 ossuários”, conta ela. Como explicou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, os enterros nas igrejas não se encerraram, mas são privilégio das autoridades eclesiásticas. “Os dois últimos casos de sepultamento dentro de igreja [de Recife] foi de Dom Helder Câmara em 1999 na Igreja da Sé em Olinda e Frei Damião em 2007 na capela de N. S. das Graças do Convento de São Felix (bairro do Pina, Recife)”, lembrou Vanessa.


Em Vitória ainda se conserva, no atual Palácio Anchieta, sede do governo do estado do Espírito Santo, recentemente restaurado, uma lápide que é um mosaico em mármore negro e branco de Carrara e que veio de Portugal no início do século XVII. Ela marcava o local da sepultura do jesuíta José de Anchieta, que morreu em 1597, no lugar onde existiu a Igreja de São Thiago do Colégio dos Jesuítas da antiga Capitania do Espírito Santo (Rogério Piva). Foto Sagrilo, 2010. Imagem disponível em 18/03/2011 no site: http://www.mauricioprates.com.br/mauricioprates.asp?secao=coluna&datacadastro=15/08/2010&id=1728


Colabore com essa reportagem deixando nos comentários o nome e a localização das igrejas que ainda contém sepulturas em suas naves.


Fonte: http://revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3518

quinta-feira, 10 de março de 2011

Índia: Imperador construiu o Taj Mahal para a amada

O Taj Mahal com seu espelho d'água, um majestoso mausoléu. Imagem disponível em 10/03/2011 no site: http://www.webbusca.com.br/atlas/fotos/fotografias-taj-mahal.asp


Artigo publicado na seção "Perguntas Superinterressantes" da edição nº 109 de outubro de 1996 da revista "Superinteressante" [ http://super.abril.com.br/ ]


Quem construiu o Taj Mahal?


O mausoléu foi erguido no século XVII pelo imperador indiano Shanh Johan para homenagear uma de suas esposas, morta durante o parto ao dar a luz pela décima quarta vez. A amada chamava-se Arjumand Banu Began, também conhecida como Muntaz Mahal (que significa "a preferida do palácio") e viveu com o imperador de 1612 a 1631. Foi sua terceira mulher e, como o próprio nome indica, era a verdadeira dona do seu coração. A obra foi iniciada em 1632 na cidade de Agra, na Índia, e ficou pronta 22 anos depois. Foi planejada por arquitetos da própria Índia, Pérsia e regiões da Ásia Central, mas não se sabe de quem foi o projeto final.

Shanh queria um monumento que superasse tudo o que existia de belo para o mundo saber do seu amor. Na construção foram usados materiais preciosos de várias regiões: o mármore branco veio da cidade indiana Jodhpur, a pedra turquesa do Tibet, os corais da Arábia e a malaquita, um metal esverdeado, da Rússia. Mais de 20 000 trabalhadores levantaram o palácio que mede 580 metros de comprimento por 304 metros de largura. Ele tem um espelho d’água que reflete a obra, uma mesquita, uma casa de hóspedes e uma tumba onde estão enterrados os corpos dos dois amantes.

Rodeado por uma tela de mármore, o cenotáfios do Imperador e sua esposa residem no centro da sala. O corpo de Mumtaz Mahal foi enterrado no Taj Mahal, após sua morte, em 1631, Shah Jahan foi sepultado ao lado de sua esposa em 1666, (...). Os túmulos reais estão diretamente abaixo na cripta sombria. Parece que os planos originais para o mausoléu não incluem cenotáfio de Shah Jahan, que foi acrescentado após sua morte, três décadas mais tarde. Isso explicaria a posição assimétrica de seu mausoléu em um plano de outra forma totalmente simétrico. (tradução: Google Tradutor). Imagem e texto da legenda disponíveis em 10/03/2011 no site: http://www.taj-mahal.net/augEng/textMM/interiorengN.htm


O Taj Mahal, cujo nome quer dizer "a jóia do palácio", está ameaçado pela poluição. Suas paredes estão sendo corroídas. Atualmente, recebe 25 000 visitantes por dia. A história de amor que ele eterniza continua a inspirar poetas no mundo todo, como o brasileiro Jorge Benjor, que fez a música Taj Mahal.

A imponência do mausoléu, atualmente ameaçada pela poluição. Imagem disponível em 10/03/2011 no site: http://www.webbusca.com.br/atlas/fotos/fotografias-taj-mahal.asp


quinta-feira, 3 de março de 2011

O prazer da dor

Sensuais e acolhedoras, as jovens divindades esculpidas por Materno Giribaldi enriquecem cemitérios de São Paulo

No jazigo-capela feito por Giribaldi, mulheres com corpos bem delineados representam a missão do consolo diante da morte. Imagem disponível em 03/03/2011 no blog: http://eternity-art.blogspot.com/search/label/Jafet%20


Por Maria Elizia Borges. Fragmento de Artigo publicado nas páginas 66 a 71, Seção "Perspectiva" da Revista de História da Biblioteca Nacional [versão online: http://www.revistadehistoria.com.br/], Nº 65, Ano 6, de [01 de] Fevereiro de 2011.


Quando se visita um cemitério, o que se vê é uma série de túmulos adornados com cruzes, flores, vasos e imagens de santos e de anjos. Mas quem já viu esculturas como as de Materno Giribaldi – especialista em retratar mulheres em poses sensuais – enfeitando túmulos acaba se perguntando se não seria mais adequado que essas obras de arte ficassem expostas dentro de um museu. Possivelmente, elas estão ali para confirmar o quanto os vivos sentem necessidade de eternizar esses lugares com trabalhos artísticos repletos de significados, sejam sacros ou profanos.

Nas grandes metrópoles brasileiras, como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e São Paulo, há cemitérios que são tidos como museus a céu aberto. Isto se deve ao fato de eles abrigarem uma grande quantidade de monumentos luxuosos, ornamentados com estátuas que muitas vezes narram a vida do falecido, reforçando a importância que ele teve. Ao longo da história da humanidade, cada sociedade desenvolveu uma maneira própria de homenagear seus mortos. Esse costume contribui para que os homens vivenciem o seu luto com mais profundidade.


(...) conjunto de esculturas de Materno Giribaldi construído em 1932 para um jazigo-capela no Cemitério da Consolação: referências cristãs em estilo art nouveau. Imagem disponível em 03/03/2011 no blog: http://eternity-art.blogspot.com/search/label/Jafet%20


Materno Giribaldi (1870-1935) nasceu na Itália, aos 60 anos mudou-se para São Paulo, onde instalou seu ateliê na década de 1930. O trabalho do artista apresenta elementos do simbolismo, representação visual que agrupa estilos artísticos europeus do final do século XIX, como o art nouveau (nova arte) e o liberty (noção de liberdade). Suas obras têm composições assimétricas com uma profusão decorativa de arranjos florais envolvendo mulheres nuas e seminuas. Elas expressam dor diante dos mistérios insondáveis da morte e, ao mesmo tempo, exaltam e glorificam a vida terrena. (...)

Leia a matéria completa na edição de Fevereiro, nas bancas.



Sobre MARIA ELIZIA BORGES:


É professora Adjunta de História da Arte na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. Ministra aulas nos programas de Pós-Graduação: Cultura Visual (FAV) e História (FCHF). Pesquisadora do CNPq. Tem artigos publicados no país e no exterior sobre arte funerária no Brasil. Foi professora e coordenadora do curso de Artes Plásticas da Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP (1973-91). Ministrou aulas na Faculdade de Arquitetura da Instituição Moura Lacerda (Ribeirão. Preto, 1992) e no curso de pós-graduação em História da Universidade Estadual Paulista, UNESP (Franca, 1994-95). Exerceu o cargo de Secretária da Cultura na cidade de Ribeirão Preto (1993). Integra o Comitê Brasileiro de História da Arte, a Associação Brasileira de Críticos de Arte e a Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas. É membership da Association for Gravestone Studies (EUA). É presidente da ABEC - Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (Gestão 2008-2012).

Fonte: http://artefunerariabrasil.com.br/