Foram identificadas 29 sepulturas
A arqueóloga Vera Santos (D) e o historiador, António Rodrigues (E), na estação Arqueológica do Calvário de Miranda do Corvo, onde foi descoberta uma necrópole da Idade Média, em Miranda do Corvo, 19 de abril de 2012. (Foto:) ANTONIO VETURA / LUSA. Imagem e legenda disponíveis em 20/04/2012 no site: http://www.cnoticias.net/?attachment_id=92018
Por: Redacção / CBA. Notícia publicada em 19- 4- 2012 às 17: 18 na Seção "Sociedade" do site tvi24 ( http://www.tvi24.iol.pt )
Na sequência de escavações arqueológicas, em Miranda do Corvo, foi descoberto um cemitério da Idade Média, anunciou esta quinta-feira a Câmara Municipal.
De acordo com a agência Lusa, as escavações, que decorriam na zona do calvário, no âmbito do projeto Rede Urbana dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego, destinavam-se à descoberta da muralha do castelo medieval, que ali existiu até finais do século XVIII.
«Viemos para escavar um castelo e descobrimos uma necrópole», disse à agência Lusa a arqueóloga Vera Santos, responsável da equipa de campo que, desde o verão de 2011, procedeu aos trabalhos.
A arqueóloga explicou que, em 40 metros quadrados foram identificadas 29 sepulturas, escavadas 25 e «levantados 38 indivíduos», devido a corpos enterrados em sobreposição.
Uma necrópole «com tantas sepulturas, com uma ocupação tão extensa, com material osteológico tão bem preservado é rara em Portugal», sublinhou a responsável pelas escavações.
«Quando temos sepulturas escavadas na rocha, em granito, falamos em uma, duas, três, no máximo, e quando se fala em necrópole, falamos em sete. Aqui, falamos em 29. O facto de ser em xisto é também muito pouco usual e, normalmente, já não aparecem com tampas e com esqueletos», disse a arquelóga, para quem está, neste caso, «perante uma estação arqueológica digna de registo».
Segundo Vera Santos, a maioria das sepulturas identificadas «são antropomórficas», ou seja, têm forma humana.
O castelo de Miranda do Corvo, que fazia parte da linha defensiva do Mondego, havia sido importante durante o período da reconquista cristã. Dele restam apenas a torre - em que no início do século XX ainda era possível vislumbrar as cantarias quinhentistas -, reconstruída sem suporte documental e atualmente em estado de degradação, e uma antiga cisterna.
Visitas à Estação Arqueológica do Alto do Calvário revelam 29 sepulturas escavadas em xisto, que constituem o um caso “raro” no país. Imagem e legenda disponíveis em 20/04/2012 no site: http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=17603&Itemid=135
«A transformação desta zona numa pedreira e, depois, as obras realizadas nos anos 60 do século XX, delapidaram o sítio, transformando-o e fazendo esquecer qualquer memória de que aqui tenha existido um castelo, pois apenas sobreviveu a torre sineira, completamente descaraterizada, e a cisterna», sublinhou Vera Santos.
A Estação Arqueológica do Alto do Calvário, como foi designada, está aberta ao público até ao final desta semana, com visitas guiadas, no âmbito do Dia Internacional de Monumentos e Sítios, que se assinalou na quarta-feira.
Sobre: Miranda do Corvo
Miranda do Corvo é uma vila portuguesa no Distrito de Coimbra, região Centro e subregião do Pinhal Interior Norte, com cerca de 7 500 habitantes.
É sede de um município com 126,98 km² de área e 13 622 habitantes (2006), subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Vila Nova de Poiares, a leste pela Lousã, a sueste por Figueiró dos Vinhos, a sudoeste por Penela, a oeste por Condeixa-a-Nova e a noroeste por Coimbra. O território do concelho de Miranda do Corvo é atravessado pelos Rio Ceira, pelo Rio Dueça e pelo Rio Alheda.
Recebeu foral de D. Afonso Henriques a 19 de Novembro de 1136.
Freguesias no concelho de Miranda do Corvo:
Lamas, Miranda do Corvo, Rio Vide, Semide, Vila Nova
Fonte: http://portalnacional.com.pt/coimbra/miranda-do-corvo/ Mapa de Miranda do Corvo. Imagem disponível em 20/04/2012 no site: http://viajar.clix.pt/mapas.php?c=96&lg=pt&w=miranda_do_corvo
Nenhum comentário:
Postar um comentário